Dar (de ti)

Dar. Sem nunca esperar que se receba. 
Dar (literalmente) de nós. 
Dar a quem não conhecemos. 


Dar Sangue, não é uma obrigação. É verdade. 
Mas devia ser um dever de todos. 

Desde sempre que fui ouvindo os apelos que os bancos de sangue faziam, a dizer que estavam com as reservas em baixo, que nos meses de Verão as coisas pioravam, etc etc. 
O desejo de querer ir, á muito ia crescendo. 
Sentia que podia fazer alguma coisa por alguém, que mesmo não conhecendo, talvez lhe desse nova vida. 
Não sabemos em que circunstâncias aquilo que damos se torna útil.
Ou para quem vai.
E isso é o melhor no meio disto tudo. 
Costumamos dar de nós aqueles que gostamos. 
Que nos são proximos. 
Mas alguma vez me passou pela cabeça, dar parte de mim sem saber a quem? 
A mim não (mas se calhar serei só eu)

Vou partilhar convosco a minha 1ª experiencia. 
Que não correu nada bem. 
Mas ainda assim não desisti. 

A minha avó estava internada, a recuperar de uma cirurgia. Tinha ido vê-la. E nesse dia disse, é hoje. Já que estou aqui. Bora lá. 
Fui sozinha. E ia com medo. A tremer. 
Mas o facto de saber que ia fazer aquilo que já desejava á muito tempo, mas por medo nunca o tinha feito, fez-me ir.

Fui. E talvez por ter ido tão nervosa, correu mal. 
Picaram-me dua vezes. 
Num braço a veia rebentou. Fiquem com o braço todo negro. 
Não encontravam uma veia para tirar sangue. 
(tenho veias "bailarinas", que desaparecem com os nervos 😀)
Ao fim de algum tempo a tentarem encontrar posição para a agulha sem sucesso disseram "Podemos tentar no outro braço?" a minha resposta foi imediata "Estou aqui para dar sangue. Pode", só me apetecia chorar com o medo. (Sou mesmo medricas com agulhas).

E pronto. Dei parte de mim. Numa 1ª aventura nada fácil. 
Mas que me faz lá voltar pelo sentimento que nos preenche depois. 

Da 2ª vez levei o Flávio. Foi a dizer que só me ia fazer companhia. 
Mas depois de estarmos lá, a vontade toma conta de nós. 

Dei Sangue, sempre no hospital de Braga. 
E só tenho a dizer bem de todas aquelas pessoas que lá trabalham. 
São super simpáticos e atenciosos. 
Além de terem um espaço muito acolhedor e confortavél.

Eu sou dadora!
E tu?

Inês 

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