Um dia quando tiver filhos

Um dia quando tiver filhos vou pedir-lhes desculpa.
Pela audácia e pelo egoísmo de querer ter um filho num mundo como este. 
Vou pedir-lhe desculpa pela minha incapacidade de conseguir mudar alguma coisa. 
Vou pedir-lhe desculpa por este mundo onde a politica e a religião provocam o ódio e as guerras.
Não serei capaz de te defender sempre. 
Acredito que ter filhos num mundo como o nosso é ter o coração á prova de bala. 
Onde queremos acreditar que nunca nada vai acontecer aos nossos.
Mas infelizmente, tudo pode mudar mesmo ao nosso lado. 

Nunca falei aqui sobre os últimos atentados que temos assistido.
Não o falo porque é a minha forma de protesto. 
Porque não vejo vantagens em comentar qualquer tipo de violência humana. 
E porque a difusão destes actos deixa-nos com mais medo, com mais insegurança no mundo.

Domingo assisti ao concerto solidário de Ariana Grande para com as vitimas de Manchester.
Arrepiei-me em muitas das músicas. 
Não pela música que era, que todos já conhecemos. 
Mas pelo gesto de força, solidariedade e amor.
Aquele concerto transbordava de amor. 
Não concebo outra ideia senão viver no amor. 
E ali sentia-se isso mesmo pela televisão. 
Este concerto teve um motivo, o atentado à bomba ao fim do concerto de Ariana Grande, mas o medo, e a resiliência pelo acontecido não se deixou falar mais alto. 
Com apenas 23 anos, Ariana Grande mostrou como com amor, munidos de vontade de mudança podemos passar uma mensagem de amor. 
A última música deste concerto foi cantada com tanto amor. 
Das músicas mais cheias de amor que conheço. 
E fez todo o sentido ser cantada naquele dia. 


Um dia quando tiver filhos vou dizer-lhes que este mundo precisa de mais abraços, mais amor. 

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